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Aborto X Excomunhão

Estamos diante de mais um fato em que a mídia se coloca com toda voracidade contra a Igreja.
Frases como: 
A Igreja insiste no erro.
Igreja é retrógrada.
Dom José age como inquisitor...
e tantas outras que já foram feitas e que ainda serão.

É bom que fique bem claro uma coisa, não foi Dom José Cardoso Sobrinho quem excomungou os envolvidos no ato do aborto, (independente da situação que certamente ninguém desejaria no que ocorresse com um de sua família), mas sim eles próprios incorreram em um delito contra as leis da Igreja.

O assunto é muito polêmico e sei que muitos católicos pensando na menina de 9 anos (pois até eu ainda hoje só em pensar fico chocado) são à favor de tal situação. Infelizmente por não conhecer bem a doutrina da Igreja e o que ela realmente pensa a respeito de tais assuntos.

O QUE É EXCOMUNHÃO?

Quando faço parte de uma instituição, o faço por concordar com suas idéias e doutrinas, se as trangrido, logo não estou em comunhão com os demais do grupo que dela fazem parte. No caso da Igreja que considera o aborto um homicídio (e não há exceção) quem não concorda lógicamente não está em comunhão com ela.

Quanto à excomunhão por causa de aborto, é claro que sendo o aborto um assassinato, nessa medida, todos o que o praticam cometem homicídio e sabem que estão cometendo um homicídio, portanto automaticamente, mesmo que a Igreja não venha a ter o conhecimento de tal ato, as pessoas estão excomungadas, ou seja,fora da comunhão!

Esta sentença categórica que vem dos primórdios do cristianismo, persistiu na Igreja até o Código de Direito Canônico atual, que prevê a excomunhão para o delito:

Cânon 1398. Quem provoca o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae”. Ou seja, 'quem cometeu tal ato exclui-se automaticamente da comunhão da Igreja Católica..."

O QUE ACARRETA?

A excomunhão exclui o fiel da Igreja, impedindo-o de participar da comunhão dos santos. Quem está excomungado, não pode, então, receber a Eucaristia e nenhum dos sacramentos a não ser o da penitência que o restabelece à comunhão. Além dos sacramentos, 'a pessoa está excluída também do funeral religioso, porque este é sinal de que o cristão viveu em comunhão com a Igreja'. Repito, Teria antes que confessar.

O pecado de aborto é absolvido pelo Bispo. Creio que hoje em dia a Igreja delega a determinados sacerdotes perdoar esse crime no confessionário.

Pode isso parecer autoritarismo, posição retrógrada, inquisitório ou seja lá como quiserem chamar. Mas é bom lembrar que religião não é um consenso humano. O simples fato de todos se reunirem e determinarem leis humanas dizendo que tal coisa não é mais delito, não muda as leis de Deus. Se fosse assim, quando o povo de Deus no deserto, diante da ausência de Moisés, se reuniu e entraram em consenso de fazer um bezerro de ouro para o adorar, Deus deveria ter respeitado, ja que o que vale é o consenso humano, a opinião popular. E sabemos que não foi isso que aconteceu, Deus que deve ser adorado somente e unicamente, corrigiu o seu povo (Ex 32, 1-10).

NO ENTANTO...

“A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade” (Catecismo, n. 2272). 
No entanto, segundo o canonista Pe. Jesus Hortal, “a mulher, não raramente, não incorrerá na excomunhão por encontrar-se dentro das circunstâncias atenuantes do cân. 1324 § 1º, 3º e 5º”[8]. Tais circunstâncias são: a posse imperfeita do uso da razão, o forte ímpeto da paixão ou a coação por medo grave. A culpa maior cabe ao aborteiros. Isso significa que nem sempre a mulher na qual se realizou o aborto, será excomungada.

Então, como o próprio arcebispo de Olinda e Recife falou, a menina, não está em excomunhão, por não ter a posse perfeita do uso da razão, pois não completou ainda 16 anos de idade de acordo com o Cânon 1323.

SÓ LEMBRANDO...

Para que os excomungados retornem à comunhão com a Igreja, basta refletir sobre o delito, se arrependerem dele e confessarem-se ao Bispo ou Sacerdote para isso delegado.

FINALIZANDO...

A Igreja é mãe e quer o melhor para a saúde expiritual (principalmente) dos seus filhos, mesmo que isso vá de encontro  convicções da sociedade. Para ela todo o ser humano tem igual dignidade, seja ainda feto, tendo 9 anos ou no fim de sua vida terrena.

Não basta ser católico, tem que compreender o que Deus concedeu à sua Igreja: o papel de defender a verdade!

Deus nos ajude a compreender isso.

Ivanildo Silva
nildocom@gmail.com

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